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sexta-feira, 9 de julho de 2010

RAPIDINHA NA FACULDADE

UFPE, 2003. Aula de Teoria da Literatura 1A com Sônia Ramalho. Chamada da professora (eu juro, ela fazia chamadinha ainda).
- Jefferson?
- Chegou ainda não, professora.
- Mas já vai dar 8h30!
- Ele sempre chega meia hora atrasado.
- O grupo dele vai se apresentar agora! Como é que pode isso?
- Já já ele tá aqui, professora. A aula não começa às 8h00?
- Começa.
- São oito e vinte e sete?
- São.
- E então!...

3 minutos depois.
- Olha ele aí. Pontualmente atrasado.
- Jefferson, já estou por aqui com seus atrasos e esquecimentos! É o seminário da sua equipe agora, meu filho!
- Professora, eu juro que dessa vez eu lembrei que tinha aula. Mas sempre acontece alguma coisa, eu não sei o que é!
- Pois tá bom de saber, que desse jeito você se quebra.

Pausa pra pensar numa desculpa esfarrapadamente plausível.
- Sem querer arriar, mas ainda acho que o problema não é bem comigo, não.

A professora solta uma gargalhada (aliás, ela grasna) que lembra a Cuca do Sítio do Pica-pau Amarelo.
- Você só pode tá "arriando", sim.
- Só um pouquinho...
- Como é?
- Nada, não. Vê só, eu tenho uma hipótese. Eu chego pontualmente atrasado, né?
- É.
- Agora, vocês... ou chegam um pouco antes... ou um pouco depois...
- Sim e daí?
- Daí que quem é regular aqui sou eu.
- Como é que é?
- Esse horário de vocês tá meio desregulado. A Federal devia mudar pra o meu de 8h30, que deve ser a hora de Brasília.

O fundão riu primeiro. A professora grasnou de novo que nem a Cuca e não colocou falta.

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