1995 foi um dos anos mais quentes da história da humanidade. Carrinhos de tampico em formato de laranja e ônibus "Geladão" viraram moda. O calor não era só um negócio insuportável, era rentável.
O CDU-Várzea, o ônibus com mais sovacos suados e inhacas de desodorantes Beto Carrero por metro quadrado do mundo, estava lotado e o trânsito tava tão ágil quanto atendimento do Habib's. O busão pára em frente a uma antiga loja de brinquedos (SuperToy ou BigToy, não lembro), que fazia uma ação promocional.
Um carinha vestido de Teletubies dava tchau pra criançada. Com aquela roupa abafada e pesada, era o único gesto possível de se fazer ali. De repente, um daqueles estudantes escrotos do terceiro ano, que não querem nada com a vida e sentam sempre no fundão grita:
- EI, TELETUMBIS! (sic)
O teletubies se vira todo duro para o busão.
- CALOR DO BARAAAALHO!
Não deu outra. O "teletumbis" se esqueceu completamente das criancinhas, botou a mão no "órgão genital" e apontou pra turma do ônibus, discreto como um elefante. Agora, eu, como educador, com certeza teria feito muito pior.
Enfim, o fato é que foi tanta gargalhada que ninguém mais reclamou do forno que estava ali dentro. Até hoje me lembro dessa estória pra esquecer o calor.
NA TERRA DE CAYMMI
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Sempre me pintaram a Bahia como a terra do lenga-lenga, da galera que não
deixa pra fazer amanhã o que pode ser feito depois de amanhã (e olhe lá). O
baian...
Há 12 anos